CAMINHOS PARA DESCOLONIZAR A PRÁTICA MISSIONÁRIA DA IGREJA AFRICANA
DOI:
https://doi.org/10.29327/2208571.3.2-2Palabras clave:
Descolonização, Cultura local, Prática missionária, Modelo missionário, Igreja AfricanaResumen
Nos últimos anos, a igreja angolana tem sido alvo de fortes acusações por parte de muitos nativos. Ela é apontada como uma instituição que foi conivente no processo da colonização ambiciosa e uma das grandes responsáveis pela perda identitária e abandono de muitas práticas culturais locais. Segundo os seus acusadores, a igreja africana serviu de depositária da teologia ocidental que moldou a vida dos nacionais aos padrões europeus. O presente artigo reconhece que o modelo missionário da igreja africana é de matriz ocidental, e foi implantado no contexto da colonização em que a valorização da cultura do colonizador era superestimada em detrimento da cultura local. E, para compreender a colonização de África, faz-se uma breve retrospectiva histórica que evidencia os motivos da colonização e a sedimentação da visão ocidental em relação ao povo e a cultura africana. O autor defende que o genuíno evangelho de Cristo respeita todas as culturas, e ao invés de deformá-las, ele as transforma e purifica. Nos tempos atuais algumas igrejas africanas entendem que há uma necessidade da busca por alternativas de um novo paradigma teológico-missionário que respeita e valoriza a cultura local e que procura responder às perguntas do seu entorno. A igreja africana é, portanto, desafiada a colocar a Bíblia e a cultura local em diálogo para desenvolver uma prática missionária relevante em seu contexto.
Citas
AKINS, Thomas W. Evangelismo Pioneiro: implantação de novas igrejas auto-suficientes usando métodos do novo testamento. Rio de Janeiro: JMN da CBB, 11ª ed, 2007.
ALTUNA, P. R. R. D. A. Cultura Tradicional Banto. 2ª. ed. Luanda: [s.n.], 1993.
ALVES, Amanda Palomo. Angola Segue em Frente: um panorama do cenário musical de Angola entre as décadas de 1940 a 1970. 2015. Tese (Doutoramento em História). Universidade Federal Fluminense. Niterói. Disponível em: < https://www.historia.uff.br/stricto/td/1773.pdf >. Acesso em 19 jul. 2023.
BOSCH, David J. Missão Transformadora: mudanças de paradigma na teologia da missão. São Leopoldo: Sinodal, 2009.
BURNS, B.; AZEVEDO, D. D.; CARMINATI, P. B. F. D. Costumes e Culturas: uma introdução à antropologia missionária. 3ª. ed. São Paulo: Vida Nova, 1996.
CAREGNATO, Lucas. Em Terras do Ngola e do Manikongo: descrição dos reinos do kongo e ndongo no século XV. In: Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH. São Paulo, Julho 2011.
CORREIA, Stéphanie Caroline Boechat. O Reino Do Congo E Os Miseráveis Do Mar: o congo, os sonhos e os holandeses no Atlântico 1600 -1650. 2012. Dissertação (Mestrado em História). UFF, Niterói.
HIEBERT, Paul G. O Evangelho e a Diversidade das Culturas: um guia de antropologia missionária. São Paulo: Edições Vida Nova, 2001.
PROENÇA, Paulo Sergio de. HORIZONTE, Belo Horizonte, v. 17, n. 54, p. 1663-1668, set./dez. 2019 – ISSN 2175-5841. Resenha sobre o livro de CHIZIANE, Paulina; MARTINS, Mariana. Ngoma Yethu: o curandeiro e o Novo Testamento. Belo Horizonte: Nandyala, 2018
KELLER, Timothy. Igreja Centrada: desenvolvendo em sua cidade um ministério equilibrado e centrado no evangelho. São Paulo: Edições Vida Nova, 2014.
NASCIMENTO, Analzira. Evangelização ou Colonização: o risco de fazer missão sem se importar com o outro. Viçosa: Editora Ultimato, 2015.
ODEN, Tomas C. Quão Africano é o Cristianismo? São Paulo: Ed. Quitanda, 2022.
OLIVA, Anderson Ribeiro. A história da África em perspectiva. Ensaio publicado na Revista Múltipla, vol. 10 – nº 16, Junho de 2004.
Descargas
Publicado
Versiones
- 2024-02-01 (2)
- 2024-01-05 (1)
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Jesus Coragem Abel
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.