FÉ CRISTÃ E BEM-ESTAR BIOPSICOSSOCIAL: A IGREJA CRISTÃ COMO CAPITAL SOCIAL DOS REFUGIADOS CRISTÃOS

Autores

  • Pricila Rivera Di Tommaso

Palavras-chave:

Igreja cristã, refugiado, migração, saúde mental, luto, capital social

Resumo

Os recentes fluxos migratórios abriram fortes debates em todas as esferas da sociedade. Até o final de 2022, estima-se que 108,4 milhões de pessoas migraram forçadamente. E uma das motivações para isso é a perseguição religiosa. O ímpeto original para este estudo foi, de uma parte, a observação da vulnerabilidade que este refugiado chega no país de acolhimento, com demandas e expectativas singulares, das quais, algumas, ele anseia que sejam supridas pela igreja cristã local. E, de outra, a concordância de que esta igreja pode ser protagonista na mediação da integração deste migrante, por exemplo, denunciando faces do racismo e confrontando juízos, que, amparados por uma ideologia do medo, incitam que a comunidade acolhedora está sendo ameaçada em seus privilégios. Ao promover esta integração, a igreja cristã contribuiria para o bem-estar biopsicossocial deste refugiado, que, por sua vez, precisa também lidar comum conjunto de tensões que a migração pressupõe e que Achotegui (2010) descreve como luto migratório, componente essencial para se compreender a Síndrome de Ulisses. Mas não só, esta mesma Igreja será profundamente enriquecida pela chegada deste migrante em seu seio, sobretudo se for capaz de acolhê-lo como membro do mesmo corpo e enxergá-lo como um ser humano cheio da presença de Deus.

Biografia do Autor

Pricila Rivera Di Tommaso

Psicóloga graduada na UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em saúde mental de refugiados, migrantes e minorias, pela Universidade de Barcelona, e Terapeuta EMDR. Desde 2009, integra equipes multidisciplinares e transculturais de Organizações que desenvolvem projetos em contexto humanitário internacional. É autora do livro infantil “Bondy, o Pássaro Viajante", que ajuda crianças a se sentirem seguras e acolhidas para expressar as próprias emoções, pensamentos e sensações aos cuidadores e cuidadoras delas. É fundadora e diretora da AMISTAR, uma Organização que desde 2022 está comprometida em levar treinamentos e ferramentas para regiões do globo onde vivem crianças — e especialmente onde elas se encontrem em situação de vulnerabilidade, como refúgio, perseguição religiosa, guerra, pobreza extrema, catástrofes naturais, etc.

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Publicado

02-08-2023